Creio que como em toda área estética, a primeira preocupação deve ser sempre a de minimizar os danos, para depois pensar em repará-los. Quanto menor for o dano, melhor será o reparo!
A pele das mamas sofre durante a amamentação um estiramento devido ao aumento do volume mamário. Depois do parto, no período da amamentação, sofrerá ainda maior estiramento, produzido por um crescimento complementar pela produção do leite, acrescido da sucção do filho. Isso tudo acontece em um período muito curto, nos últimos meses da gestação e primeiros meses do pós-parto.
Sendo a pele um tecido elástico, ela distenderá acompanhando o aumento do volume das mamas, por maior que seja. Porém, algumas fibras elásticas, que dão a elasticidade à pele, sofrem ruptura ao serem excessivamente esticadas, dando origem às temidas estrias. E então, como fazer para minimizar o risco de estrias?
Bem, precisamos lembrar que a mama é formada por tecido de glândula e gordura. A glândula aumentará de volume dependendo do biótipo da paciente e da quantidade de leite produzida. Sobre isso não temos como agir. Porém, a mama também ganhará volume de gordura, caso a paciente engorde muito na gestação.
Como visto em artigo que escrevi anteriormente, o peso ideal a ser ganho em uma gestação normal é de até 10 kg (distribuídos entre o feto, placenta, liquido amniótico, etc.). Acima disso, o peso é gordura, totalmente desnecessário e prejudicial em termos de estética. Sendo a mama um tecido gorduroso, ela aumentará proporcionalmente ao excesso de peso, estirando a pele desnecessariamente, originando estrias evitáveis. Hidratar bem a pele durante a gestação e a amamentação, assim como manter-se no peso gestacional ideal, são meios eficazes de minimizar as estrias da gravidez. Ao hidratar a pele, as fibras elásticas ganham elasticidade, rompem-se menos, geram menos estrias.
E depois do parto, qual a hora de operar? A mamoplastia pode ser feita no período da amamentação? Essa dúvida é muito comum, quando durante a amamentação a mama reduz de tamanho, e as pacientes que já tinham pouca mama sentem que ficaram “sem nada”. Este caso é comum em pacientes magras e com pouca mama. Nos pacientes com tecido mamário moderado a grande antes da gravidez, é comum um grande aumento com a amamentação.
Para responder, vamos ponderar alguns fatos:
A mama no período da amamentação está produzindo leite. Se tiver leite armazenado, ela está acima do volume sem lactação (seco), mesmo que tenha reduzido de tamanho com a amamentação (esta redução se deve à atrofia da glândula). Logo, assim que parar de amamentar, a mama cessará em alguns meses de produzir o leite e reduzirá ainda mais de volume. Isso também vale para as mamas grandes. Portanto, para se ter uma estimativa correta do volume da prótese a ser usada (mamoplastia de aumento), ou do volume a ser retirado (mamoplastia redutora), a mama deve estar com o tamanho seco, sem produzir leite. Outro fator importante, é que o leite não é estéril, e operar na lactação aumenta o risco de infecção, desnecessariamente.
Sendo assim, concluímos que o melhor a fazer é hidratar bem a pele durante a gestação e amamentação, engordar o mínimo necessário para uma gestação saudável e esperar terminar o período de amamentação, para depois de alguns meses, com a mama desinchada e sem leite, fazer a correção com a mamoplastia. Assim, teremos o melhor resultado, com a maior segurança. Vale lembrar, que no caso outra gestação após cirurgia, a mama distenderá novamente e poderá recorrer uma certa flacidez, devido à nova distensão.
Dr. Júlio César Yoshimura
Cirurgião Plástico - Membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica
Cirurgião Plástico - Membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica
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